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Hotel da Bela Vista

Uma comédia de Ödön von Horváth. Encenação de Jorge Cardoso e Carina Silva.
Estreia 15 janeiro
 
Sextas e Sábados | 21h30
 

Reservas

arteviva.reservas@gmail.com

910 093 886

 

Bilheteira

quinta a sábado, das 20h às 21h30

 

Bilhetes

Preço normal: 5€

Desconto grupos >10: 3€ 

Sobre o espetáculo

Um hotel de província, falido, algures na Europa central. Estação baixa. O dono (Strasser), o empregado (Max) e o motorista (Karl) partilham a mesma amante e única hóspede – uma aristocrata decadente (Ada). Chegará alguém (Müller) para cobrar uma dívida de champanhe. Chegará Emanuel, irmão de Ada, a pedir-lhe dinheiro para pagar dívidas de jogo. E chegará Christine, uma antiga conquista passageira de Strasser, afinal “com consequências”. À primeira vista, parece que é tudo uma questão de dinheiro.

 

“Hotel da Bela Vista” (que esteve para se chamar “Hotel Europa”…) foi escrita em 1926. A Alemanha procurava então sobreviver ao colapso económico do pós-guerra. A inflação e o desemprego tinham atingido níveis insuportáveis. Haviam falhado revoltas da esquerda. Havia falhado o putsch de Hitler, em Munique. Só o exército garantia a sobrevivência da República de Weimar. A pouco e pouco, foi-se percebendo como haviam sido proféticas as palavras de Jean Jaurès, em 1905: “ De uma guerra europeia pode jorrar uma revolução e as classes governantes fariam bem em pensar nisso. Mas pode também resultar, por extenso período, uma crise de contra-revolução, de reacção furiosa, de nacionalismo exasperado, de ditaduras asfixiantes, de militarismo monstruoso, enfim, uma longa cadeia de violência retrógrada”.

 

Horváth não fala dos grandes acontecimentos, mas do modo como eles influenciam o pensamento e a acção das pessoas. No modo de agir e nos diálogos das personagens deixa o retrato de uma época. E fá-lo, de preferência, num tom irreverente. Horváth (a propósito de outra peça, “Fé, Esperança e Caridade”): “ Tal como em todas as minhas peças, também tento, desta vez, ser o mais possível irreverente, contra a estupidez e contra a mentira, pois esta irreverência bem podia constituir a função mais nobre do escritor que, às vezes, só por isso se imagina a escrever para que as pessoas se conheçam a si próprias”.

 

Há muito que este Hotel estava nos nossos planos. E a cada ano que passava, mais actual nos ia parecendo. Saber se Horváth previu a ascensão do nazismo, a segunda grande guerra ou até o fim da civilização europeia; saber se este Hotel é uma alegoria à Europa, de então e de hoje; saber se estes diálogos ainda nos aproveitam ou não – são assuntos que ficam à consideração dos espectadores.

Afinal, Horváth não impõe, propõe: e é isso que nos prende ao texto. Comédia, disse ele, enquanto subvertia a própria comédia e as suas regras convencionais. E sem final feliz.

 

Jorge Cardoso

 

 

Ficha Artística e Técnica

 

Hotel da Bela Vista (1926)

 

De Ödön von Horváth (1901 - 1938)

Encenação Jorge Cardoso e Carina Silva

Assistente de Encenação Ana Sofia Samora

Interpretação Alexandre Antunes, Henrique Gomes, Joana Pimpista, Patrocínia Cristóvão, Ricardo Guerreiro, Rui Félix e Rui Quintas

 

Cenografia João Pimenta | Construção e Montagem João Henrique Oliveira e João Oliveira Júnior | Figurinos Ana Pimpista | Confeção O Dedal | Desenho de Luz João Oliveira Júnior | Operação Técnica Marisa Conceição | Design gráfico João Pimenta | Fotografia Cláudio Ferreira | Produção Executiva Catarina Santana | Agradecimentos a Eugénio Silva, Céu Madeiras, Mário Maia, Ricardo Nunes, Carmo Oliveira, Ricardo Guerreiro e Miguel Félix.

 

Classificação M/12 anos.

A ArteViva - Companhia de Teatro do Barreiro é uma Associação Cultural residente no Teatro Municipal do Barreiro, apoiada pela CMB / T 910 093 886 / arteviva.geral@gmail.com /

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